O presidente do Partido Africano para Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) acusou hoje o Chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, de instruir o juiz de Tribunal de Relação, Aimadu Sauané, no sentido de produzir um despacho judicial que impediu a realização do Xº Congresso do partido que deveria ter iniciado hoje.
Domingos Simões Pereira considera esta ação judicial como uma tentativa de afastar o seu partido do cenário político nacional, tendo em vista as próximas eleições legislativas.
“Pode ser um dos objetivos afastar-me do partido, mas, provavelmente, não se fica por aí, também a intenção é de afastar o partido do cenário político nacional, ou seja, o PAICG que é protagonista da independência e da liberdade hoje está a ser posto em causa no exercício desta mesma liberdade, não temos dúvidas que são forças contrárias à afirmação do Estado do Direito Democrático”, disse Simões Pereira.
Simões Pereira falava aos jornalistas depois ter sido impedido de entrar na sede principal do partido pela força da ordem na sequência da ação judicial que impediu a realização da reunião magna do partido.
Perante dezenas dos apoiantes e alguns dirigentes do partido, Pereira classifica o impedimento de acesso à sede como a desconstrução do Estado.
“Quando um país chega a este ponto estamos a desconstruir o Estado, estamos a implantar um estado caótico de ditadura e de anarquia, porque o próprio juiz está consciente que não tem competência de tomar tal decisão, mas foi obrigado, ele mesmo afirmou a várias pessoas que recebeu diretamente chamadas de Umaro Sissoco Embaló a obrigá-lo a assinar a ordem de não realização de congresso”, revela DSP.
Através duma carta enviada hoje ao Ministério do Interior na posse da Rádio Jovem os libertadores solicitam a retirada dos agentes da polícia destacados nas imediações da sede do partido no âmbito de adiamento da reunião magna do partido.
Rádio Jovem