Patrice Motsepe, Presidente da Confederação Africana de Futebol – CAF -, confirmou nesta terça-feira 21 de Dezembro, em Yaoundé nos Camarões, após um encontro com o Presidente do país, Paul Biya, que o Campeonato Africano das Nações – CAN – vai começar em território camaronês a 9 de Janeiro de 2022, isto apesar da propagação da variante Ómicron e da pressão dos clubes europeus.
«Pontapé de saída do CAN a 9 de Janeiro». Esta terça-feira, em Yaoundé, Patrice Motsepe, Presidente sul-africano da Confederação Africana de Futebol, acabou com as dúvidas em torno da realização do Campeonato Africano das Nações nas datas previstas, de 9 de Janeiro a 6 de Fevereiro.
Após uma reunião com o Presidente dos Camarões, Paul Biya, Patrice Motsepe obteve as respostas que desejava sobretudo no que diz respeito à questão sanitária.
«Tive uma reunião muito interessante com o Presidente dos Camarões. Após a reunião de ontem estava mais preocupado», afirmou O correspondente RFI, Joël Wadem.
«Ontem falámos das infra-estruturas, das instalações. Um excelente trabalho foi realizado para recebermos o CAN no próximo ano nos Camarões. Os camaroneses vão ter orgulho, bem como o povo africano. Hoje o objectivo foi falar sobre o Ómicron, porque o Ómicron é um desafio mundial», realçou o Presidente da CAF.
No que diz respeito à pressão dos clubes europeus, que ameaçam não libertarem os jogadores, Patrice Motsepe não estava preocupado.
«Queremos que os jogadores africanos joguem na Europa, que tenham sucesso e que actuem no mundo inteiro. Mas também queremos construir um futebol africano para que ele seja de excelência. Vamos colaborar com todos os clubes. De qualquer modo estamos protegidos pelas regras da FIFA (ndr: que impedem os clubes de não libertarem os jogadores para uma competição oficial). Isso é muito importante porque o continente não pode passar sempre em último»,concluiu Patrice Motsepe.
De notar que Samuel Eto’o, Presidente da Federação camaronesa e futebol, tinha afirmado, em entrevista ao canal televisivo francês, Canal +, que não havia razões para cancelar ou adiar a prova.
«Não vejo porque não se realizar o CAN. A Federação que eu represento vai defender a todo o custo a realização do Campeonato Africano das Nações. Se o Campeonato da Europa decorreu em plena pandemia, com estádios repletos, e sem incidentes, em várias cidades europeias. Então porque é que o CAN não se realizaria nos Camarões? Deem-me uma razão válida? Ou então estão a dizer-nos que, como fomos sempre tratados, não valemos nada então temos de aceitar o que acontece? Que nos digam claramente as coisas. E acrescento que, o que é ainda mais difícil, é que alguns africanos são cúmplices dessa forma de nos tratarem», concluiu Samuel Eto’o.
RFI
