Suzi Carla Barbosa foi hoje aplicada a pena de suspensão de 5 anos da militância do Partido Africano para Independência da Guiné e Cabo Verde, o PAIGC, através de um acórdão do Coletivo da Secção Disciplinar do Conselho Nacional de Jurisdição e de Fiscalização dos libertadores.
Na origem da suspensão da Suzi Carla Barbosa, a entidade disciplinar do partido acusa a atual Ministra dos Negócios Estrangeiros de ter coadjuvado o atual presidente da república no seu reconhecimento internacional, isto numa altura em que decorria ainda o contencioso eleitoral e ela era a Ministra dos Negócios Estrangeiros do governo do PAIGC, sendo a Suzi alegou como argumento que tal contencioso não fazia sentido. Ela é acusada também de ter afirmado durante o mesmo contencioso eleitoral que o seu partido subordinava os juízes do STJ com 75 mil euros para inverterem o resultado eleitoral.
Por estas razões, o CNJF deliberou em aplicar a Suzi Carla Barbosa a pena de suspensão de 5 anos da militância do PAIGC.
Lembra-se que Suzi Carla Barbosa é membro do atual executivo sem anuência dos órgãos competentes do partido, segundo o PAIGC, outra razão saliente invocada pelos libertadores para a tal decisão.
O CNJF disse deixar passar muito tempo, pois esperava que pudesse haver alguma reconstituição da posição assumida publicamente, que em nada abona para o bom nome do PAIGC. Pelo contrário, segundo o PAIGC, as atitudes assumidas pela arguida Suzi Carla Barbosa começaram a piorar e deixando qualquer um entender que a intenção dela é prejudicar o partido e mais nada, considera os libertadores.
Conforme ainda o partido, isto aconteceu depois do conhecimento dos atos praticados pela militante Suzi Carla Barbosa e de ter havido a reação de outros militantes no sentido de lhe ser instaurada um processo disciplinar.
O segundo e alto dirigente do partido também atingido com as deliberações da Secção Disciplinar do CNJF do PAIGC é o atual presidente da ANP e Primeiro vice-Presidente do partido, Eng. Cipriano Cassama.
Conforme o PAIGC na nota de culpa enviada ao arguido, em causa consta acusação ao Cipriano Cassama de ter ameaçado com a retribuição de traição a quem o traísse, com clara referência ao líder do partido, Domingos Simões Pereira. Com estas atitudes, o PAIGC entende que o arguido punha em causa os valores da unidade e de coesão interna no partido, pois a qualidade dele como Primeiro Viec-Presidente era exigível posicionamento doutra forma e em fórum próprio. O PAIGC acusa ainda o Cipriano Cassama de ter declarado apoio ao governo de Umaro Sissoco Embalo e ainda duras declarações proferidas contra camaradas do partido na sequência da sua renúncia ao cargo do Presidente da Republica Interino.
Nesta senda, o Coletivo da Secção Disciplinar do CNJF delibera aplicar ao arguido Cipriano Cassama a pena de suspensão registada, chamando-lhe atenção para ter a capacidade de contenção e de moderação enquanto um alto dirigente do partido.
O coletivo da Secção Disciplinar do Conselho Nacional de Jurisdição e Fiscalização dos libertadores deliberou ainda em aplicar ao Augusto Artur António da Silva a sanção disciplinar de repreensão escrita, em conformidade com o disposto na alínea h, do artigo 13 do Regulamento Disciplinar dos libertadores.
O PAIGC fundamenta a sua decisão pela desobediência do arguido ao assumir o cargo do primeiro-ministro e outras funções de Estado, na mesma altura, sem anuência dos órgãos do partido, não obstante os libertadores terem reconhecido na nota de culpa enviada ao arguido o seu papel importante na realização do congresso do partido ao evacuar da sede as forças policiais que a tinham mantido debaixo do seu controle. Todos esses comportamentos, conforme o partido, violam gravemente o dever de militância. A conduta do arguido reporta ao ano 2018.
Por Redação
