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89% DOS FUNCIONÁRIOS DAS RÁDIOS PRIVADAS DA GUINÉ-BISSAU AUFEREM MENOS DE 100 MIL FRANCOS CFA

Cerca de 89% dos “funcionários” das rádios privadas da Guiné-Bissau aufere menos de 100 mil francos cfa e quase 71% dos funcionários não têm contratos de trabalho formalizado e nem estão inscritos no sistema de segurança social através do Instituto Nacional da Segurança Social do país.

A informação consta num Relatório Final da Consultoria do Perfil dos Media na Guiné-Bissau, promovido pela Associação das Mulheres Profissionais de Comunicação Social do país (AMPROCS), apresentado ontem, 19 de outubro, na Casa dos Direitos em Bissau.

O relatório revela dados preocupantes concernentes à situação dos profissionais de comunicação social, que colocam em risco os princípios da “independência e objetividade” no jornalismo guineense, na qual revela ainda que 229 profissionais que exercem nas rádios privadas, a esmagadora maioria é do sexo masculino.

Segundo o presente estudo, apenas 22% são mulheres, e foi possível identificar mulheres líderes em apenas dois órgãos privados, a Rádio Mulher de Bafatá e Rádio Nossa em Bissau.

Na sua intervenção no ato da apresentação do relatório, a presidente da AMPROCS, Paula Melo, disse que um dos propósitos da organização que lidera é de inverter essa situação e este estudo vai servir de base para futuras intervenções.

“Um dos nossos propósitos é precisamente inverter essa situação e este estudo vai servir de base para futuras interversões, aliás um dos objetivos da AMPROCS é elevar o nível das mulheres profissionais da comunicação social e fazê-las chegar a lugares de tomada de decisão nos respetivos órgãos”, disse.

Igualmente quadro sénior da Televisão da Guiné-Bissau, Melo afirma que a situação da liberdade de imprensa e liberdade de expressão continua a ser desafio para as organizações de defesa dos direitos dos profissionais de comunicação social.

“O momento é decisivo, e na qualidade da presidente da AMPROCS, quero mais uma vez exortar às autoridades nacionais, no sentido de assumirem as suas responsabilidades visando a garantia de segurança dos profissionais dos media, e trabalhar na melhoria de condições dos órgãos mediante programas de subvenção, partindo do pressuposto de que o direito a informação é um bem publico”, referiu Melo.

O relatório indica ainda que 16 rádios privadas existentes no país, 11 funcionam em edifício próprio, as restantes 5 têm os seus estúdios montados nos edifícios particulares adquiridos mediante a celebração de contratos de arrendamento.

A maioria das rádios privadas são dotadas de carácter generalista quanto ao jornalismo, isto é, 95% das rádios cobrem e escrevem sobre diversos temas, com foco nos assuntos socais e políticos, económicos, desportivos e culturais.

O relatório, que contou com apoio financeiro de Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, também detalhou a situação dos órgãos públicos, rádios comunitárias e jornais privados. O trabalho contempla a situação do setor dos media nos últimos três anos, narrando o seu contexto atual, nas suas mais variadas dimensões.

Ao longo do trabalho, foram destacados os constrangimentos que os órgãos de comunicação social enfrentam, o que permitiu fazer uma recomendação circular, apelando ao exercício de um jornalismo com objectividade, diante das pressões políticas e constrangimentos financeiros.

Por: Alison Cabral

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