A Rádio Galáxia de Pindjiquiti, estação privada guineense, foi na noite desta segunda-feira, 10 de outubro, alvo de uma “invasão” de indivíduos envergando uniformes militares.
De acordo com informações a circularem na praça pública, a invasão à Rádio por homens armados vem na sequência de uma notícia difundida por esta estação emissora privada sobre o desvio de uma grande quantidade de droga que foi apreendida numa operação, envolvendo altos responsáveis do Ministério do Interior.
Em virtude desta invasão ontem à Rádio, vários jornalistas e repórteres da Rádio Galáxia de Pindjiquiti estão desaparecidos, por temerem o sequestro e posteriores atos de agressões físicas contra eles por parte dos invasores, sendo que um desses funcionários é o chefe da redação desta rádio, o jornalista Tiano Badjana.
“Estamos num país democrático, onde a lei garante a liberdade de expressão a todos. Num país civilizado, não se pode estar a procura de alguém à noite e com arma, mesmo se a pessoa tenha praticado um ato contrária à lei, existem instâncias judiciais competentes para resolver o problema e com base nas leis e não usando a força”, palavras do irmão do jornalista em questão em entrevista hoje à Rádio Jovem para falar do caso de perseguição que o seu irmão está a ser alvo desde ontem.
Baite Badjana garantiu que até ao momento os familiares não sabem dos motivos desta perseguição ao jornalista Tiano Badjana.
Na ocasião, Baite Badjana garante que estão determinados a acompanhar o evoluir da situação e avisa que a vida do irmão está sob responsabilidade do Ministro do Interior e do Secretário de Estado da Ordem Pública.
“Tudo de mal que vier a acontecer a ele será da responsabilidade do Ministro do Interior e do Secretário de Estado da Ordem Pública, porque os agentes invasores saíram da instituição que está a ser coordenada por estes titulares”, esclarece.
Margarida Mango, a mãe do jornalista, através dos microfones da Rádio Jovem, deixou um desabafo.
“Quero que todo mundo saiba que estão a procura do meu filho sem nós sabermos dos motivos, e não vão parar até fazerem o que queram. Quem não sabe do tipo de país é que temos agora?”, questiona a mãe Margarida.
“Existem as instâncias judiciais, podem queixar-se dele, mas desse jeito não está bem”, observa a mesma.
Margarida Mango termina lamentando que até então não sabem do paradeiro do filho e que ninguém sabe também se o hão-de encontrar em bom estado.
Segundo relatos dos vizinhos, até esta manhã existem agentes com uniformes militares a monitorizar a casa do jornalista a procura de mais informações sobre ele.
É de lembrar que o caso de perseguição ao jornalista da Rádio Galáxia de Pindjiquiti foi denunciado esta terça-feira, 11.10, à Rádio Jovem pelos familiares do jornalista, no qual contaram que ontem, por voltas das 23 horas, um veículo dupla cabine, com um número considerável dos agentes com uniformes militares, invadiu à sua casa a procura do jornalista e que até neste momento se encontra num lugar incerto.
Rádio Jovem