O Burkina Faso, que conheceu segundo golpe de Estado, em menos de um ano, no passado fim de semana sob a batuta do capitão Ibrahim Traoré, vive ainda na incerteza. Tanto mais que a ida, na terça-feira, de uma missão da CEDEAO, a comunidade regional, atualmente presidida pela Guiné-Bissau tinha exaltado os ânimos.
A missão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental acabou por se limitar a sua deslocação ao país ao aeroporto da capital.
“Teve um início de protesto, mas foi em relação a missão da CEDEAO, que veio em Uagadugu para uma primeira conversa frente a frente com o Capitão Ibrahim Traoré. As conversas aparentemente correram muito bem, mas eles não puderam nem sair do aeroporto”, disse a embaixadora brasileira no país, Ellen de Barros, quando descrevia a situação atual no país.
A Diplomata brasileira aproveitou a ocasião para analisar a situação em Uagadugu em torno de Ibrahim Traoré, que diz que não quer continuar com o poder.
“Eu tenho impressão de que o que se comenta aqui é que ele não tem disposição de exercer poder político. A preocupação dele é com a vertente militar, com a luta contra o terrorismo, que diariamente está avançando e fazendo muitas vítimas, sobretudo na população civil, nas mulheres e nas crianças”, disse Barros.
“A situação é normal, pendente dos desdobramentos políticos. Porque o entendimento é esse. Esse novo movimento não quer tomar as rédeas políticas do país. Então vamos ver o que que vai acontecer nos próximos dias”, disse Ellen de Barros, embaixadora do Brasil em Uagadudu, no Burkina Faso.
Fonte: RFI