O presidente da Associação Guineense de Reabilitação e da Integração dos Cegos (AGRICE), Pedro Cabral, afirmou hoje que as instituições de formação superiores públicas recusam receber estudantes deficientes com base na isenção das propinas.
Segundo explicação de Pedro Cabral, a AGRICE conta nesta altura com mais de 20 estudantes universitários deficientes que têm recebido apoio das universidades privadas e entidades particulares para concluir os seus estudos.
“Por causa das suas necessidades imperiosas da formação, temos que acarretar os custos, visto que as instituições públicas não aceitam receber uma pessoa com deficiência com base na isenção da propina. Para resolver esta situação, vamos junto das universidades privadas e entidades particulares”, declarou Pedro Cabral.
Cabral falava à Rádio Jovem após a AGRICE ter recebido um donativo de 40 colchões doados pela Fundação Ana Pereira (FAP), para o reforço da capacidade do serviço da instituição que ajuda na integração dos cegos.
Interpelado sobre o apoio que AGRICE tem recebido das autoridades nacionais, Cabral diz que o apoio do executivo é insignificante para uma camada social vulnerável.
“O executivo deve ser capaz de assumir justamente toda estas necessidades dos deficientes, porque é uma camada bastante vulnerável que está dentro do contexto da Guiné-Bissau. São cidadãos nativos que têm direito de reclamar para serem atendidos”, sublinhou Cabral.
Perante este cenário, o presidente da AGRICE diz que as pessoas sentem-se abandonadas pelo executivo.
Em reação às preocupações do presidente da AGRICE, a presidente da FAP, Maimuna Sila, lembrou que o Estado tem sido omisso nas políticas públicas e sociais.
Silá transmitiu ao presidente da AGRICE que a instituição vai continuar a dar o seu apoio às pessoas com deficientes.
Além da AGRICE, a FAP entregou ainda hoje 30 colchões ao hospital de Cumura, que fica situado na missão católica da localidade no sector de Prabis, região de Biombo.
A ação de doação de colchões enquadra-se no âmbito da parceria entre a ONG portuguesa Tabanca Pequena e a FAP, com o objetivo de ajudar as pessoas mais desfavorecidas na Guiné-Bissau.
Segundo apurou a nossa estação emissora, na próxima semana, a FAP vai entregar colchões no hospital de Bissorã.
Por: Alison Cabral