O Brigadeiro-General Júlio Nhaté, um dos militares detidos no caso de tentativa de golpe de Estado de 01 de fevereiro na Guiné-Bissau, está gravemente doente e precisa de tratamento médico no estrangeiro, disse hoje o seu filho, Fernando Siga.
Em conferência de imprensa, nas instalações da Casa dos Direitos em Bissau, promovido pela Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), Fernando Siga afirma que o seu pai é inocente e está internado neste momento no hospital Militar.
“A situação de saúde do nosso pai não é das melhores, não fez nenhum crime e precisa de tratamento fora do país, porque está padecer agora de uma doença que nunca teve. Foi levado ao hospital vomitando sangue”, explicou Siga.
Segundo explicações de Siga, existem duas ordens de soltura do Brigadeiro-General emitidos pelo Ministério Publico que não foram cumpridas pelo Estado-Maior General das Forças Armadas, mesmo com as diligências familiares.
Perante este cenário, o presidente da LGDH, Augusto Mário da Silva, afirma que estas pessoas detidas no caso de 01 de fevereiro estão sequestradas pelo Estado da Guiné-Bissau.
Igualmente advogado de profissão, Mário da Silva lembrou a sociedade guineense que a organização que dirige simplesmente está a reclamar tratamento adequado e humano às pessoas que estão detidas na sequência desse caso.
Neste encontro com a imprensa, os familiares deste oficial militar superior aproveitaram para exibir as respetivas duas ordens de soltura. O primeiro mandado de soltura foi assinado no dia 08 de abril e segundo no dia 28 do mesmo mês.
De recordar que no passado dia 01 de fevereiro do ano em curso, um grupo de pessoas armadas atacou o Palácio do Executivo, onde decorria a reunião extraordinária do Conselho de Ministros.
O governo considerou o ato de uma tentativa de golpe de Estado. Morreram 11 pessoas, na sua maioria os elementos de segurança do Palácio da República. Na sequência deste ato mais de 60 pessoas foram detidas.
Por Alison Cabral