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SENEGAL LEMBRA NAUFRÁGIO DO NAVIO LE JOOLA 20 ANOS DEPOIS

Boubacar Bâ perdeu quatro membros de sua família no desastre de Joola, incluindo seu irmão mais velho. Vinte anos após seu desaparecimento, a família ainda não pode esquecê-lo porque ele era seu principal apoio, diz Boubacar Bâ.

“Sua ausência ainda é muito difícil de suportar, porque meu irmão era um ganha-pão. Ele passou trinta anos na Europa. Em seu retorno, ele se envolveu com sua própria família. É ele quem montou um acampamento em Kaffountine (uma área litorânea de Casamance) e por isso serve a família. Então isso quer dizer que sua ausência pesa enormemente. Mesmo minha mãe que está em casa, não há um único momento em que ela não pense no filho e nós, além disso, como irmãos.”

Segundo Boubacar Bâ, o desaparecimento de seu irmão mudou a vida da família.

“Ele era uma base importante. Quatro dos meus irmãos partiram, foi ele quem os mandou para a Europa depois. Então seu trabalho não pode ser comparável ao que fizemos, porque era um precursor. Então deixou um grande vazio dentro da família.

O que o Estado do Senegal fez?

Além dos dez milhões de francos CFA em compensação recebidos após o desastre, a família não recebeu nenhuma outra assistência do Estado, explica.

“Desde a indenização, não recebemos nenhum outro apoio estatal diretamente para as famílias das vítimas.”

O Senegal lembra nesta segunda-feira, 26 de setembro, o vigésimo aniversário do naufrágio da embarcação ‘Le Joola’, no qual morreram 1.863 pessoas, enquanto os familiares das vítimas ainda clamam por justiça.

A tragédia, que comoveu a sociedade senegalesa, transformou-se no segundo maior desastre marítimo civil da história, depois do acidente do ‘MV Doña Paz’,em 1987, nas Filipinas, que terminou com quatro mil mortos.

As vidas humanas perdidas no naufrágio da embarcação senegalesa superaram a2mplamente as do ‘Titanic’ – a terceira pior catástrofe marítima civil – cujo naufrágio em 1912 matou mais de 1.500 pessoas. Uma série de cerimônias religiosas em igrejas e mesquitas; reuniões cívicas e recitais de poemas em lugares públicos; atividades culturais e esportivas servem para lembrar a tragédia.

Além disso, familiares das vítimas organizam visitas aos cemitérios de Dacar e das localidades de Zinguichor e Kafountine, assim como em Banjul (capital da Gâmbia), onde estão sepultados alguns dos mortos do naufrágio.

‘Le Joola’, de propriedade estatal, fazia a rota entre Dacar e Ziguinchor, capital da região de Casamance, e afundou por conta de uma tempestade na noite de 26 de setembro de 2002 em frente à costa da Gâmbia, país rodeado pelo território senegalês.

Entre os quase 2 mil passageiros de 11 países que viajavam no barco, havia 400 estudantes que voltavam de suas férias, e dezenas de turistas europeus, mas só 64 pessoas sobreviveram.

Uma investigação oficial chegou à conclusão de que apesar das fortes ondas, o acidente foi produto da ‘negligência e de numerosos erros humanos’, pois a embarcação tinha capacidade para 550 passageiros.

Além disso, o navio, fabricado na Alemanha e adquirido em 1990, tinha retomado suas operações três semanas antes do naufrágio após uma revisão nos seus motores.

Os investigadores concluíram que ‘Le Joola’ não estava dentro das normas de segurança em matéria de navegabilidade, e portanto não deveria estar operando.

Rádio Jovem

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