Presidente em exercício da CEDEAO e chefe de Estado da Guiné-Bissau advertiu a junta militar no poder na Guiné-Conacri de que poderá enfrentar “pesadas sanções” se insistir em permanecer no poder por mais três anos.
O presidente em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e chefe de Estado da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, falava em entrevista à RFI e à France24.
“Isso é inaceitável para a CEDEAO. Inaceitável e inegociável”, afirmou o dirigente guineense, na véspera de uma cimeira da organização à margem da Assembleia-Geral das Nações Unidas.
A cimeira deverá examinar a resposta a dar ao plano dos militares de Conacri de se manterem no poder durante três anos, antes de cederem o poder a civis eleitos.
“Estive na Guiné-Conacri. Discutimos. Chegamos a um consenso [segundo o qual] não podemos ultrapassar 24 meses”, reafirmou Embaló.
Segundo o Presidente da Guiné-Bissau, país que faz fronteira com a Guiné-Conacri, se a junta militar mantiver os três anos haverá sanções, “pesadas mesmo”.
A CEDEAO impôs em janeiro um severo embargo comercial e financeiro ao Mali devido ao plano dos militares de ficarem no poder durante até cinco anos suplementares.
A junta dirigida pelo coronel Assimi Goïta comprometeu-se depois a organizar eleições em fevereiro de 2024, pelo que a CEDEAO levantou o embargo.
Mas o Mali e a Guiné-Conacri continuam suspensos dos órgãos da CEDEAO.
Fonte: DW