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ATAQUES EM CASAMANÇA CONTINUAM: “HÁ UMA SITUAÇÃO DE GUERRA”

A paz ainda não é uma realidade em Casamança. Existe o risco de ataques esporádicos de homens armados ligados ao Movimento das Forças Democráticas de Casamança, que reivindica a independência do território.

Os ataques em Casamança, situada no sul do Senegal e que faz fronteira com a Guiné-Bissau, continuam. Quem nos fala da situação na região é Antonieta Rosa Gomes, investigadora guineense no Centro de Estudos Internacionais do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa (IUL), em vésperas do lançamento em Lisboa dos Cadernos de Estudos Africanos, totalmente dedicado a este conflito que dura há quase 40 anos.

“Não evoluiu significativamente o problema do conflito de Casamança, considerado de baixa intensidade por não pôr em causa a paz internacional”, afirma a académica guineense, Antonieta Gomes.

A especialista em assuntos africanos confirma que os ataques continuam, ainda que esporadicamente, além dos confrontos contra as Forças Armadas do Senegal. Isto tem provocando muitas baixas de ambos os lados.

“De lá para cá esses ataques continuaram, o que significa que não há uma paz positiva, uma paz no sentido verdadeiro [da palavra]. Há uma situação de guerra. E muitas vezes há ataques mortíferos contra as populações”, diz.

A investigadora dá vários exemplos da ação de homens armados do Movimento das Forças Democráticas de Casamança, dividido em várias alas, que ocupam certas zonas florestais de exploração de madeira em Ziguinchor.

“Isso é para mostrar que o conflito está lá, porque o grupo armado não foi desmantelado”, explica.

Casamança é rica em recursos naturais

Em causa está a disputa pela riqueza em recursos naturais existente na região. Antonieta Gomes admite que, por um lado, o conflito poderá ganhar outra dimensão face ao clima de tensão que vigora no Senegal, considerada uma das democracias mais estáveis de África.

A académica guineense relembra que uma das reivindicações do Movimento das Forças Democráticas de Casamança se prende com o destino da região. O movimento defende que o território não deve continuar sob tutela do Estado senegalês.

Por outro lado, a situação política tensa na Guiné-Bissau, com eleições à vista, também pode não ser favorável à solução do conflito. A antiga candidata às presidenciais guineenses, tal como muitos investigadores, é de opinião que a Guiné-Bissau deveria basear-se no protagonismo de mediador isento que teve no passado para evitar o agravamento da crise de Casamança.

“É evidente que neste sentido, se a Guiné-Bissau pode, isso vai depender das partes. As duas partes têm que ter confiança. Não basta só [a vontade] do Governo ou do Estado, mas também [vontade por parte] do Movimento das Forças Democráticas de Casamança”, explica.

Fonte: DW

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