Os técnicos de saúde do sector de Empada, região de Quínara, sul da Guiné-Bissau, afirmam que são obrigados regularmente a realizar trabalhos do parto usando lâmpadas de mão, em virtude da falta de eletricidade naquela localidade.
O diretor deste centro hospitalar, Vasco João Mendes, deixou estas revelações numa entrevista exclusiva à Rádio Jovem no passado fim-de-semana. Na mesma ocasião, o responsável sanitário máxima daquele centro disse que aquela área sanitária abrange 86 tabancas e só dispõe de um edifício.
“Garanto-vos que o centro não despõe de oxigénio e de bloco operatório. A maioria de vitimas mortais são as gravidas, devido a falta de materiais para acompanhar a evacuação para os maiores centros hospitalares desta zona, estou a referir o Hospital Regional em Buba”, disse.
Por outro lado, o diretor do centro de saúde deixou claro que as necessidades do centro foram apresentadas ao Ministro de Saúde, Dionísio Cumba, no âmbito da sua visita aos diferentes hospitais e centros de saúde do país.
Vasco revela ainda que o centro funciona sem a água potável canalizada para higienização dos materiais e conseguem funciona só através de água que apanham no poço, mas sem outros materiais que deveriam servir de esterilizante, no caso da estufa.
Na mesma entrevista, o diretor do centro mostrou-se preocupado com a greve em curso no setor que está a causar ainda mais efeitos negativos a mais de dezasseis mil habitantes.
O sector de Empada, região de Quinará, sul do país, com uma população de mais de 16.132.000 com dois centros de saúde, um do tipo-B e outro do tipo-C, carece de quase tudo para uma assistência médica e medicamentosa.
De referir que, entre as patologias mais diagnosticadas naquela zona, o paludismo lidera e a tuberculose está ganhando espaço a cada dia.
Noémia Correia
