O Espaço de Concertação das Organizações da Sociedade Civil exigiu hoje, 19.05.2022, a criação de condições para um “diálogo franco e aberto” entre diferentes atores políticos e sociais, com vista à escolha dos membros da direção da Comissão Nacional de Eleições do país (CNE).
A posição das organizações da sociedade civil foi tornada pública pelo porta-voz do espaço, Fodé Mané, em conferência de imprensa realizada na Casa dos Direitos em Bissau, na sequência do derrube da Assembleia Nacional Popular (ANP).
Na ocasião, Mané refere que a escolha dos novos membros da CNE deve basear-se à luz dos critérios de consensos políticos, capazes de promover confiança na administração do processo eleitoral no país.
O Espaço de Concertação das Organizações exige ainda a criação de condições materiais e financeiras com vista à realização das eleições na data marcada.
Em relação à situação prevalecente no país, Mané responsabiliza a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) pelas consequências das suas medidas unilaterais e de atos contínuos de interferências abusivas nos assuntos internos da Guiné-Bissau.
As organizações condenam com firmeza as ações de obstrução à justiça levadas a cabo pelo governo e as forças armadas sobre o caso de 1 de fevereiro último.
“Responsabilizar o Presidente da República, o governo e as forças armadas pelas vidas e integridade física dos detidos, em consequência das condições degradantes dos Centros de detenções da Base Aérea e da Segunda Esquadra de Bissau”, disse.
O porta-voz disse que as organizações da Sociedade Civil estranham o silêncio cúmplice da comunidade internacional perante tamanhas ações de desmantelamento dos valores democráticos. O espaço exorta o sistema judiciário no sentido de rejeitar todos os atos de manipulação e instrumentalização que visam destruir os partidos políticos, organizações sindicais e sociedade civil em geral.
De recordar que na segunda-feira passada, o Presidente da República dissolveu o Parlamento. Umaro Sissoco Embaló convocou eleições legislativas antecipadas para 18 de dezembro de 2022.
Nuno Nabiam mantém-se como primeiro-ministro até à realização do pleito, segundo dois decretos presidenciais.
Por: AC