Nelvina Barreto, vice-presidente do Partido da Unidade Nacional (PUN), critica a dissolução do Parlamento e refere que a solução para os problemas do país está nas “força vivas da sociedade”.
“Isto deveria ser o último recurso. Este não é o momento propício pela [crise] económica e social, não só na Guiné-Bissau, como no mundo inteiro. Nós temos desafios enormes a enfrentar, nomeadamente neste período do pós-Covid. É necessário relançar a economia do país. Está também a decorrer a campanha da castanha de caju, que é o principal produto de exportação da Guiné-Bissau. Tudo isto terá certamente um impacto negativo nas atividades económicas do país”.
O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, dissolveu o Parlamento da Guiné-Bissau esta segunda-feira (16.05), pouco antes da chegada das forças da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) à Guiné-Bissau.
A Missão de Estabilização e Segurança para a Guiné-Bissau (MSSGB) deverá permanecer um ano no país e começa a chegar na quarta-feira (18.05).
Nelvina Barreto, vice-presidente do Partido da Unidade Nacional (PUN), critica a queda do Parlamento, anunciada por Sissoco, e refere que “as forças do contingente da CEDEAO não vão ajudar a encontrar soluções” para a crise no país. Pelo contrário, “podem ser parte do problema”, alerta a política.
“A solução para os problemas da Guiné-Bissau está nos guineenses, está na classe política, está nas forças vivas da sociedade. É aqui que deve ser encontrado o espaço de diálogo necessário para discutirmos a forma como pretendemos viver a nossa vida coletiva, mas tendo sempre em conta que, acima dos interesses de cada um de nós ou do grupo que representamos e que integramos, está o interesse do país”.
“Julgo que as forças do contingente da CEDEAO não vão ajudar a encontrar soluções para isto. Mais grave, podem ser parte do problema. E é aqui que também reside algum receio de que estas forças sejam tomadas como partidárias num determinado grupo que se confronta neste momento”.
Fonte: DW