Aos microfones da Rádio Jovem, o jovem sociólogo guineense, Midana Indami, afirmou que a intenção do Presidente da República em dissolver o parlamento “não pode ser um ato gratuito ou arbitrário, mas deve pressupor situações de conflitos ou de crise política profunda, para as quais a dissolução possa trazer soluções”, disse Midana Indami 24 horas depois de o presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Cipriano Cassama, ter revelado a intenção do presidente da república em dissolver o hemiciclo guineense.
Para o jovem sociólogo ” o presidente da república ao longo do exercício da sua magistratura tem tido discursos dissuasivos e não consegue interpretar os seus limites constitucionais, facto que o leva a estender as suas prerrogativas constitucionais ao ponto de agir como se fosse chefe do governo e a imiscuir nos assuntos meramente da alçada da Assembleia Nacional Popular”.
Midana Indami disse ainda que “admitir a dissolução do parlamento é uma situação que agrave a perturbação pública e… a imagem da nossa democracia vai se beliscar mais uma vez, porque a ANP é uma casa por excelência da fiscalização política de todos os cidadãos guineenses, ela decide a situação interna e externa do país”.
Sobre o primeiro encontro entre o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, e o Presidente da República desde a sua tomada de posse depois das eleições presidenciais de 2019, ” não vejo isso como uma incoerência por parte do líder do PAIGC, uma vez que a dinâmica política é que determina o comportamento de qualquer líder político sem primar pelos princípios radicais que não abonam em nada… até porque ele afirmou que deve uma explicação em relação ao seu primeiro encontro com Úmaro Sissoco Embló, mas justificou também que a paz e a estabilidade devem ser mantidas em primeiro lugar, suponho que ele terá compreendido que a situação política atingiu o seu auge e se mantiver a posição radical isso pode criar entraves mais entraves na busca de soluções imediatas para o país “, entendeu o também professor do ensino secundário, Midana Indami.
Na sexta-feira, 13.05.2022, horas depois de ter participado num encontro com o chefe do estado, o líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo-verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, escreveu na sua página oficial do Facebook que ” a todos devia uma explicação nessa sua primeira ida ao palácio e ao encontro de Umaro Sissoko Embaló, assegurando manter a coerência de pensamento, mas também respeitar as opiniões dos demais, decisões dos órgãos superiores do partido e os interesses do país, justificando que a paz e a estabilidade devem ser mantidas em primeiro plano”.
Por Eliseu Sambú