O Secretário-geral cessante da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné – Central Sindical (UNTC-CS), Júlio António Mendonça, criticou duramente a falta do espírito patriótico da classe política guineense para melhor servir o país, por isso afirma que em consequência, a Guiné-Bissau está totalmente desestruturada a todos os níveis e a corrupção está a um nível jamais visto neste país.
Mendonça fez estas críticas em entrevista ao semanário O Democrata para fazer o balanço dos seus quatro anos de mandato a frente daquela que é considerada a maior central sindical do país, sobretudo dos resultados alcançados nas exigências relativas ao cumprimento dos diplomas legais assinados pelo executivo, à luta travada para a melhoria e o pagamento de salários e condições dignas de trabalho aos servidores públicos e a sua recandidatura ao cargo do Secretário-geral da UNTG no 5º Congresso Ordinário agendado para os dias 9 a 12 de maio próximo.
“A Guiné-Bissau tem todas condições financeiras para se erguer, basta rigor na gestão da coisa pública e poder judicial à altura de ministrar a justiça em nome do povo, vamos conquistar muito mais coisas do que temos conseguido até aqui” assegurou, para de seguida acrescentar que é fundamental e urgente que o país institua o salário mínimo nacional.
Explicou que a nível da sub-região, a Guiné-Bissau é o único país que ainda não fixou o salário mínimo nacional, tendo frisado que uma das exigências da Organização Internacional do Trabalho (OIT) ao governo da Guiné-Bissau é exatamente isso.
Criticou ainda o governo que bloqueou os subsídios atribuídos aquela organização sindical já a 11 meses, mas diz que continua a pagar o subsídio da Confederação Geral do Sindicato Independente da Guiné-Bissau e, não só, como também aumentou-o elevando-o para o mesmo valor com o da UNTG, que é dois milhões e duzentos mil francos cfa
Sobre o congresso da organização agendado para este mês, eis as considerações do advogado.
“O perigo é que se um político financia um candidato que concorre ao cargo do secretário-geral da UNTG, se esse candidato ganha eleições e se um dia esse político tiver a oportunidade de estar na governação, a UNTG e o seu secretário-geral ficam reféns do sistema e passam a fazer o serviço desse político, não o sindicalismo”.
Júlio Mendonça é candidato a sua própria sucessão. Mendonça afirmou que já traçou “estratégias e planos” para executar em prol da dignidade dos trabalhadores guineenses caso for reeleito a frente da maior central sindical do país.
Recorda-se que a Comissão Organizadora do Congresso da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné – Central Sindical (UNTG-CS) agendou o seu quinto (5º) Congresso ordinário para os dias 9 a 12 deste mês.
Fonte: Jornal O Democrata