O diretor-geral da Política de Defesa do país, general Marcolino Alves, afirmou hoje que militares sem formação podem ser foco de desordem no país e que Portugal vai ajudar na resolução desse problema.
O responsável guineense disse ser inaceitável que se retire uma pessoa da sua ‘tabanca’ (aldeia), sem qualquer preparação ou formação, dando-lhe uma arma e ainda permitindo-lhe que faça a sua própria farda militar.
“Militar sem formação é foco de desordem, de instabilidade e delinquência na Guiné-Bissau”, notou Marcolino Alves.
O diretor-geral da Política de Defesa guineense falava aos jornalistas à margem da assinatura de um novo programa-quadro de cooperação entre a Guiné-Bissau e Portugal, rubricado entre os ministros da Defesa dos dois países, com o qual afinam estratégias no âmbito do Atlântico Norte.
Para o ministro de Defesa de Portugal, João Gomes Cravinho, que se encontra de visita de dois dias a Bissau, o novo quadro de cooperação significa “uma nova ambição e um salto qualitativo”, em que os dois países compreenderam que os problemas que ocorrem em África afetam a Europa e vice-versa.
Gomes Cravinho disse existir uma ambição das autoridades guineenses de reforçar e consolidar a capacidade das Forças Armadas “dentro de um quadro democrático e republicano” e que Portugal “está inteiramente disponível para trabalhar com o povo irmão da Guiné-Bissau” nesse sentido.
O ministro da Defesa guineense, Sandji Fati, destacou a satisfação com que assinou o programa-quadro de cooperação com Portugal, o que disse ter sido possível com “o fim da instabilidade política” na Guiné-Bissau.
O governante guineense apontou como desafio das Forças Armadas do país a formação, contando com Portugal, visando a sua transformação para que passem a ser republicanas, disse.
O ministro da Defesa de Portugal, João Gomes Cravinho, termina hoje uma visita de trabalho de dois dias ao país.
Segundo a agência lusa, o novo programa de cooperação militar com Portugal vai assentar na formação de quadros da Defesa guineense, a partir do Centro de Instrução de Cumeré, a 40 quilómetros de Bissau, frisou Marcolino Alves.
Com o trabalho que vai ser feito com instrutores portugueses, o diretor-geral da Política de Defesa guineense acredita que o país passará a ter militares “com uma nova mentalidade” o que, disse, vai criar um bom ambiente com a sociedade civil e promoção do desenvolvimento do país.
Fonte: Lusa