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HomeNACIONAISI CURSO INTERNACIONAL AMÍLCAR CABRAL DE ENSINO SUPERIOR

I CURSO INTERNACIONAL AMÍLCAR CABRAL DE ENSINO SUPERIOR

[Evento Online] Fortaleza, 14. 01| 21.01 | 28.01| 04.02| 11.02|2022

[Aos sábados] às 13h (Brasil), 15h (Cabo Verde), 16h (Guiné-Bissau), 16h (Portugal)

DJUNTAMONS

OED-Observatório de Estudos da Democracia (Guiné-Bissau, Cabo Verde e Brasil)

UNILAB-Universidade Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Brasil)

RENAJ-Rede Nacional de Associações Juvenis (Guiné-Bissau)

AEGU-Associação de Estudantes Guineenses (Brasil)

AECVU-Associação de Estudantes Cabo-Verdianos (Brasil)

INEP-Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Guiné-Bissau)

PGBC-Projeto Guiné-Bissau Contributo (Guiné Bissau)

PESA-Projeto de Extensão Sociologia Africana (Unilab-Brasil)

ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa (Portugal)

DGB-Djuntamon Guiné-Bissau (Guiné-Bissau)

FIRKIDJAS

B.el. Ivanovica Tavares Sá (Brasil, UNILAB)

Lic. Seco Duarte Nhaga (Guiné-Bissau, RENAJ)

B.el. Igor Oscar Teixeira (Cabo Verde-Brasil, UNILAB)

MSc. Umaro Candé (Lisboa, ISCTE)

MSc. Danilo Biaguê (Lisboa, ISCTE)

MSc. Carlos Bideta Ialá (Lisboa, ISCTE)

MSc. Sambite Santos Cabi (Guiné Bissau-Brasil, UNIOESTE)

Paulo Miguel Fernandes (Cabo Verde-Brasil, FGV)

PhD. Ricardino Dumas Teixeira (Brasil-Guiné Bissau, UNILAB e INEP)

BOLANHAS

A tarefa principal dos movimentos de libertação em África, no contexto pós-guerra (1939-1945), consistiu em construir um Estado Nacional. Esse processo de construção nacional por dirigentes de novos Estados africanos teve que levar em conta, por um lado, a influência do ambiente político internacional com os problemas internos e, por outro, as pretensões econômicas e políticas das elites governamentais em criar novas estruturas sociais em África de modo que houvesse um compromisso com a independência nacional e os países africanos assumissem seus próprios destinos. A experiência da luta armada de libertação nacional, nas ex-colônias portuguesas em África, gerou a produção de modelos de pensamentos, tendo em conta a realidade concreta dos países colonizados. Para Amílcar Cabral, o estudo da transformação estrutural da realidade constitui o fundamento epistêmico de uma consciência crítica. O I Curso Internacional Amílcar Cabral de Ensino Superior é um evento pioneiro, iminentemente acadêmico e intelectualmente engajado, sem vinculação à política partidária e política do Governo. Enquadra-se no âmbito dos esforços evidenciados no decorrer dos anos, tanto na Guiné-Bissau como em Cabo Verde, em comunhão de espírito de djuntaman à figura de Amílcar Cabral, intelectual, homem de lutas histórico-sociais cujas contribuições teóricas colaboraram para a emancipação individual e coletiva dos povos oprimidos do Atlântico Sul, da África, do Sul da Europa e Sul da América Latina. O desafio da emancipação intelectual e política contra o imperialismo exigia que houvesse um “socialismo científico africano” de uma análise crítica ao capitalismo e ao colonialismo que servissem de pedra de toque contra a política de assimilação e alienação dos povos colonizados. A obra “A prática Revolucionária” (1977), “A arma da Teoria” (1978), “Análise de alguns tipos de resistência” (1979) e “A cultura nacional” (1988), de Amílcar Cabral, entre outras referências, surgiram como resposta intelectual aos fantasmas do (neo)colonialismo de uma revolução que conjugava a teoria e a práxis revolucionária de um conhecimento crítico. Não obstante, apesar dos esforços de Amílcar Cabral, que marcou a euforia pós-independência, houve, posteriormente, um divorcio entre os seus pressupostos teóricos e a prática política dos novos governantes, no campo da gestão pública do Estado. O legado conceitual de Amílcar Cabral apresenta-se, na atualidade, muito mais como um património dos Governos e partidos políticos remetido às narrativas oficiosas do baú de datas das lembranças do que um manual de leitura acadêmica, com ensinamentos sob a perspectiva ética. No campo da produção intelectual, o legado epistêmico de Amílcar Cabral, rigorosamente formulado, ficou à deriva. Não surgiram novas teorias, nem a reformulação do que havia sido deixado por ele, mesmo com a democratização do ensino e pluralismo de conhecimento que acompanharam a Era da Informação, da ciência e da tecnologia. Caberia perguntar: de que modo o legado de um conhecimento emancipador dos povos oprimidos do Atlântico Sul teria sobrevivência com a crise do “socialismo real”, pautada na ideologia marxista-leninista? Uma das respostas está no fato de que o debate crítico ao colonialismo e ao racismo foi suplantado pela narrativa eufórica do capitalismo no quadro da globalização de um pensamento único, com forte presença da politica de gerenciamento do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM) nos finais da década de 1980 e início dos anos de 1990 em diante. O I Curso Internacional Amílcar Cabral de Ensino Superior é organizado pelo Observatório de Estudos da Democracia da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, em djuntamon com a Rede Nacional de Associações Juvenis, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Renaj e Inep – de Guiné-Bissau), o Projeto Contributo (Guiné Bissau – Portugal), a Associação de Estudantes Guineenses (AEGU-Unilab) e a Associação de Estudantes Cabo-Verdianos (AECVU-Unilab). Pretendemos, modestamente, contribuir com a urgente tarefa de estudar as obras originais de Amílcar Cabral, em diálogo com trabalhos comentados produzidos por estudiosos de Ciências Sociais e Humanas, na África, na Europa, na Ásia e nos Estados Unidos que se somam as comunicações dos “Simpósios Internacionais Amílcar Cabral e a Luta de Libertação Nacional e Social em África”, realizado há vinte e seis anos (em Março de 1986), em Bissau, e o II Simpósio de Cabo Verde, intitulado “Cabral no Cruzamento de Épocas”, realizado em Setembro de 2005. É imperioso o djuntamom de potencialidades de leituras com todos os intelectuais e acadêmicos do mundo, mormente guineenses e cabo-verdianos, com vista a colocar Amílcar Cabral dentro das Universidades e dedicar espaços nas aulas para prática da leitura individual e coletiva nas organizações da sociedade civil para incentivar o exercício do pensamento crítico e romper com narrativas meramente oficiosas, de cunho político-partidário e escritos memorialista, com os quais o narrador-combatente se apresenta em primeira pessoa, às vezes de forma religiosa e apaixonada. Não se trata de abjurar tais narrativas, que são importantes para o imaginário da unidade da nação. A nossa preocupação é outra. Consiste a não incorrer no risco de uma única narrativa ou privatização da memória coletiva do legado epistêmico-conceitual de Amílcar Cabral. O Curso destina-se aos estudantes de ensino superior da Comunidade dos Países da Língua Oficial Portuguesa (CPLP). Justifica-se pela solicitação que, há pelo menos alguns anos, tem demandado a sociedade acadêmica internacional, em África e em suas diásporas, tanto nos cursos de graduação, quanto do curso de pós-graduação. A metodologia consistir-se-á em aulas expositivas e seminários temáticos: leitura obrigatória dos textos, na perspectiva crítica, reflexiva e dialógica, de acordo com os conteúdos dispostos no plano do curso. No entanto, o diálogo estabelecido em sala de aula virtual será de fundamental importância para perceber a apropriação relacional e crítica dos conteúdos e dos conceitos por parte da/o aluna/o. O acesso às vídeoaulas e aos certificados serão disponibilizados de forma totalmente gratuita aos estudantes. Todas as informações sobre certificados e transmissões estarão disponíveis na página do Observatório de Estudos da Democracia: https://www.facebook.com

BEMTENS

– Conhecimento, marxismo e cultura.

– Sociedade, estado e democracia.

– Direitos, cidadania e resistências.

– Desenvolvimento, educação e política externa.

– Atualidade e a renovação dos conceitos de Amílcar Cabral

BOMBOLONS

 

Dia 14|01|22

Sábado Horário: 13h (Brasil), 15h (Cabo Verde), 16h (Guiné-Bissau), 16h (Portugal)

CONHECIMENTO, MARXISMO E CULTURA

Amílcar Cabral, colonização do saber e a naturalização dos conceitos.

Conhecimento e práxis na tradição marxista

Caráter epistemológico dos conceitos teóricos cabralistas

Relação entre a crise do conhecimento e a crise africana

Pos-colonialismo, literatura e identidade cultural

Papel do intelectual e a contribuição da cultura nacional

Dia 21|01|22

Sábado Horário: 13h (Brasil), 15h (Cabo Verde), 16h (Guiné-Bissau), 16h (Portugal)

 

SOCIEDADE, ESTADO E DEMOCRACIA.

 

Amílcar Cabral e a teoria política contemporânea

Estado, classe, nação etnia e identidade.

Democracia, justiça e governabilidade.

Ética Política, cidadania e governança.

Políticas públicas e processos de transformação

Reforma do Estado e a diáspora acadêmica

Dia 28|01|22

Sábado Horário: 13h (Brasil), 15h (Cabo Verde), 16h (Guiné-Bissau), 16h (Portugal)

DIREITO, CIDADANIA E RESISTÊNCIA.

Amílcar Cabral e a dignidade individual e coletiva

Direitos ambientais e ecológicos

Direitos sociais e políticos

Direitos culturais e artísticos

Direitos dos territórios e da terra

Direitos das mulheres e dos jovens

Direitos das crianças e dos trabalhadores

Dia 04|02|22

Sábado Horário: 13h (Brasil), 15h (Cabo Verde), 16h (Guiné-Bissau), 16h (Portugal)

DESENVOLVIMENTO, EDUCAÇÃO E POLÍTICA EXTERNA.

Amílcar Cabral, desenvolvimento e a teoria da dependência.

Cooperação internacional e indústrias extrativas

Cooperação regional e solidariedade Sul Sul

Cooperação África Brasil de ensino superior

Amílcar Cabral fala da educação como alavanca

Dia 11|02|22

Sábado Horário: 13h (Brasil), 15h (Cabo Verde), 16h (Guiné-Bissau), 16h (Portugal)

ATUALIDADE E A RENOVAÇÃO DOS CONCEITOS DE CABRAL

 

Amílcar Cabral e a naturalização dos conceitos

Conteúdos e fundamentos da dignidade humana

Limites conceituais e os problemas atuais: a herança negativa da luta armada

Soberania intelectual e novas perspectivas analíticas

Amílcar Cabral, fidjus dibideras e a renovação conceitual.

BALOBA

CABRAL, Amílcar. A geração de Cabral. Estudo. Trabalho. Luta. Instituto Amizade. Palestra feita na Escola-Piloto. Guiné-Bissau:

Coord. por Mário Pinto de Andrade, 1973.

CABRAL, Amílcar. PAIGC. Unidade e luta II. Obras escolhidas de Amílcar Cabral. Coord. por Mário Pinto de Andrade, vol. II. Lisboa: Seara Nova, 1977.

CABRAL, Amílcar. A prática revolucionária: unidade e luta. Coord. por Mário Pinto de Andrade, vol. II. Lisboa: Seara Nova, 1977.

CABRAL, Amílcar. A arma da teoria. Unidade e luta. Obras escolhidas de Amílcar Cabral. Coord. por Mário Pinto de Andrade, vol. I. 2ª Edição. Lisboa: Seara Nova, 1978.

CABRAL, Amílcar. Análise de alguns tipos de resistência. Bolama: Edição do PAIGC e DEDILD, Imprensa Nacional, 1979.

CABRAL, Amílcar. A cultura nacional. Coleção Cabral ka muri. 9. Bissau: Avante-SARL, 1988.

CABRAL, Amílcar. Amílcar Cabral. Ensaios de biografia política. Coord. por Mário Pinto de Andrade. Fundação Amílcar Cabral. Praia: 2014.

DJAMBAKUSIS

ABDULLAH, Ibrahim. Cultura, consciência e conflito armado: os déclassés (Lupemproletariado?) De Cabral na era da globalização). In: LOPES, Carlos (org). Desafios contemporâneos da África. O legado de Amílcar Cabral. UNESP. São Paulo: Editora UNESP. 2012, p. 147-165.

AZEVEDO, Licínio e RODRIGUES, Maria. Diário da Libertação. A Guiné-Bissau na Nova África. Prefácio de Florestan Fernandes. São Paulo: Versus, 1977.

CARDOSO, Humberto. O partido único em Cabo Verde: um assalto à esperança. Praia: Edição, Livraria Pedro Cardoso, 2016.

DAVIDSON, Basil. The politics of armed struggle: national liberation in the african colonies of Portugal. England: 1976

CABRAL, Luís. Luís Cabral lança suspeita de envolvimento de Aristides Pereira no assassinato de Amílcar Cabral. Entrevista conduzida por José Vicente Lopes. In: Voz do Povo, 13 junho de 1991, p. 4 e 5.

CABRAL, Amílcar. Revolution in Guinea. Selected texts by Amílcar Cabral. Translated and edited by Richard Handyside. New Yorg and London: 1969.

CABRAL, Amílcar. Pensar para melhor agir. Intervenções no seminário de quadros em 1969. Fundação Amílcar Cabral. Textos de Amílcar Cabral. Coord. por Luís Fonseca, Olívio Pires e Rolando Martins. Paria: Gráfica Manuel Barbosa & Filhos, 2014.

FOBAJONG, John. Articulando as visões regionalistas e pan-africanistas de Cabral. In: LOPES, Carlos (org). Desafios contemporâneos da África. O legado de Amílcar Cabral. UNESP. São Paulo: Editora UNESP. 2012, p. 167-203.

FUNDAÇÃO AMÍLCAR CABRAL. Que estados, que nações em construção nos cinco? Colóquio internacional. Praia: 1996.

FUNDAÇÃO AMÍLCAR CABRAL. II Simpósio Internacional Amílcar Cabral. In: Cabral no cruzamento de épocas. Comunicações e discursos produzidos no II Simpósio Internacional Amílcar Cabral. Editora Alfa Comunicações. Praia: set. 2005.

MENDY, Karibe Peter. Amílcar Cabral e a libertação da Guiné-Bissau: contexto, desafios e lições para uma liderança africana efetiva. In: LOPES, Carlos (org). Desafios contemporâneos da África. O legado de Amílcar Cabral. UNESP. São Paulo: Editora UNESP. 2012, p 15-33.

MILITANTE. Em marcha a preparação do III Congresso do PAIGC. Secretariado de organização do PAIGC. Amílcar Cabral com Negros Americanos.  As FARP garantem a paz e constroem o progresso social. Bissau: 2 agosto de 1977.

NTALAJA, Nzongola Georges. Desafios para a formação do Estado na África. In: LOPES, Carlos (org). Desafios contemporâneos da África. O legado de Amílcar Cabral. UNESP. São Paulo: Editora UNESP. 2012, p. 107-132.

PEREIRA, Aristides. O meu testemunho. Uma luta, um partido e dois países. Arquivo pessoal do presidente Aristides Pereira. Lisboa: Notícias editorial, 2003.

LOPES, Carlos. Amílcar Cabral: O legado de Amílcar Cabral diante dos desafios da ética contemporânea. In: LOPES, Carlos (org). Desafios contemporâneos da África. O legado de Amílcar Cabral. UNESP. São Paulo: UNESP. 2012, p. 185-211

RUDEBECK, Lars. Uma interpretação das teorias de Cabral sobre a democracia. In: LOPES, Carlos (org). Desafios contemporâneos da África. O legado de Amílcar Cabral. UNESP. São Paulo: Editora UNESP. 2012, p. 133-145.

SOUSA, Soares Julião. Amílcar Cabral. Vida e morte de um revolucionário africano. Prefácio de José Carlos Venâncio. Lisboa: Editora Nova Veja 1ª edição, 2011.

TOMÁS, António. O fazedor de utopias: uma bibliografia de Amílcar Cabral. Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro. Praia: Spleen Edições, 2008.

VAMBE, Taonezvi Maurice e ZEGEYE, Abebe. Amílcar Cabral e as vicissitudes da literatura africana. In: LOPES, Carlos (org). Desafios contemporâneos da África. O legado de Amílcar Cabral. UNESP. São Paulo: Editora UNESP. 2012, p 35-67.

VIERA, João Bernardo. Amílcar Cabral e a luta de libertação nacional e social em África. In: Jornal Nô Pintcha. Bissau: Imprensa Nacional. II Simpósio Internacional Amílcar Cabral, 30 mar. 1983,p 5

WICK, Alexis. A nação no pensamento de Amílcar Cabral. In: LOPES, Carlos (org). Desafios contemporâneos da África. O legado de Amílcar Cabral. UNESP. São Paulo: Editora UNESP. 2012, p. 69-105.

KANSARES FIDJUS DIBIDERAS

Faremos uma síntese dos conceitos discutidos no curso. Serão analisados também, como esses conceitos se colocam perante os desafios da democratização e problemas atuais.

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