O primeiro Vice-Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), Bubacar Turé, denunciou hoje o enorme “retrocesso” das conquistas sobre a situação dos direitos humanos em todas as suas dimensões, com destaque para os sectores da saúde e ensino.
“Nós assistimos retrocesso ao nível dos direitos económicos sociais, praticamente há dois ou três anos a Guiné-Bissau não tem educação funcional e nós temos um sistema de saúde que praticamente não funciona neste momento, devido a sucessivas greves nos últimos tempos, ou seja, há mais de um ano”, disse.
“Ao nível das liberdades, é gritante o retrocesso, ataques à liberdade de imprensa e liberdades das manifestações. Portanto será um momento para procedermos um balanço crítico sobre a situação e formular recomendações às autoridades nacionais sobre a necessidade de inverter este rumo que irá conduzir a Guiné-Bissau ao abismo”, afirmou Bubacar Turé.
Turé falava, esta quarta-feira, 01 de Dezembro, na abertura oficial da “Quinzena dos Direitos”, nas instalações da Casa dos Direitos em Bissau. Uma casa do consórcio das organizações que lutam pela promoção dos direitos humanos no país.
Na ocasião, o director executivo da organização não-governamental “Tiniguena”, Miguel de Barros, diz que actualmente no país os cidadãos enfrentam situações de falta da liberdade e desrespeito para legalidade das instituições democráticas.
“Cada vez mais esta acção interpela-nos para que eventos como esse sejam efetivamente espaços de debate livre que permitam resgatar todas as conquistas que a sociedade guineense, particularmente, a sociedade civil já conseguiu. Mas, mais de que tudo, atualizar esse debate, colocar os desafios em cima da mesa, trazer os protagonistas e alargar não só da capital, mas em termos nacionais”, explicou Miguel de Barros.
A cooperação portuguesa é uma das organizações associadas à quinzena dos direitos humanos na Guiné-Bissau. Neste sentido, a presidente da Associação para Cooperação entre os Povos (ACEP), Fátima Proença, realçou as conquistas alcançadas pelo povo guineense por causa dos direitos.
Ao longo de duas semanas, os membros do consórcio da Casa dos Direitos e outras organizações nacionais e internacionais irão dinamizar um conjunto de atividades em torno dos Direitos Humanos, desde debates, sessões de cinema, lançamentos, feira do livro, exposições e entre outras.
Por Alison Cabral