O Presidente da Associação de Defesa e Promoção dos Direitos das Empregadas Domésticas no país (ANAPROMED), Sene Bacai Cassama, foi posto em liberdade, esta segunda-feira, após ter sido detido na sexta-feira passada, na sequência de uma vigília realizada em frente ao Ministério da Educação Nacional.
À saída das instalações da Segunda Esquadra em Bissau, Sene Bacai Cassama disse aos jornalistas que não houve até agora nenhuma entidade judicial que assumisse a sua detenção, pelo que exige a demissão do Ministro do Interior, do Comissário Geral da Polícia da Ordem Pública, do Comandante da Primeira Esquadra e do Ministro da Educação Nacional por este ter alegadamente usado a força policial contra as mulheres presentes na vigília da última sexta-feira.
Sene Bacai Cassama revelou ainda que existe um processo criminal no Ministério Público Guineense sobre o caso do suposto desvio de salário do pessoal menor do Ministério da Educação Nacional.
“Demos entrada na Polícia Judiciária com uma queixa. Passados seis meses de investigação, a entidade produziu uma lista com 118 pessoas já efetivadas há mais de 10 anos, mas que nunca receberam o salário da efetivação. Em seguida, a PJ enviou o processo ao Ministério Público concretamente para o Gabinete da Luta Contra Corrupção e Delitos Económicos. O processo foi engavetado, fomos lá reclamar, dizendo que o ato é um crime público. Essa é a razão principal de todos esses problemas. E a nossa luta irá continuar”, garantiu o líder da organização.
Os auxiliares dos serviços gerais da limpeza do Ministério da Educação Nacional realizaram na última sexta-feira uma vigília para assinalar um ano das revindicações feitas naquele estabelecimento de ensino com o intuito de exigir do Estado o pagamento de dez meses de salários em atraso, vigília que veio a terminar em confrontos entre os manifestantes e forças policiais.
ANAPROMED, conforme os dados disponíveis, pretende realizar amanhã mais uma vigília no mesmo sítio, pedindo para o efeito o apoio dos filhos e maridos das mulheres que foram vítimas da carga policial.
A Associação de Defesa e Promoção dos Direitos das Empregadas Domésticas (ANAPROMED) foi fundada em 2014 e desde então já atendeu mais de 100 denúncias de empregadas domésticas em todo o país.
Por Redação